Mariana quase vendeu sua empresa – Até entender seus números
- Marcela Bonin
- 27 de mar.
- 2 min de leitura
Atualizado: 14 de jul.
Mariana chegou até mim em um momento de grande frustração. Ela havia construído sua empresa com muito esforço, mas, apesar de ver um volume considerável de vendas, não enxergava o lucro. Seu desejo era vender a empresa, pois acreditava que o negócio não estava funcionando como deveria.
Ao analisarmos suas finanças, logo percebi um padrão preocupante: Mariana constantemente injetava dinheiro na empresa para cobrir despesas e retirava qualquer sobra, mantendo o fluxo de caixa sempre próximo do zero. A falta de um planejamento estruturado dificultava a compreensão real da lucratividade do negócio.

O primeiro passo foi organizar a Demonstração de Resultado do Exercício (DRE). Separando custos diretos da produção, despesas administrativas e investimentos, conseguimos ter uma visão clara da situação financeira. Foi então que identifiquei um ponto fundamental: a empresa tinha uma boa margem de contribuição. O problema estava no aumento das despesas fixas e na falta de um controle adequado entre pessoa física e jurídica.
Outro fator crítico era o pró-labore. Mariana retirava valores da empresa sem um planejamento, o que dificultava a percepção do seu próprio rendimento. Além disso, suas dívidas pessoais faziam com que o dinheiro entrasse e saísse de maneira desordenada.
Com essas informações em mãos, definimos um plano estratégico. Em vez de vender a empresa, Mariana decidiu investir no setor comercial para impulsionar as vendas. Com a boa margem de contribuição, os resultados vieram rapidamente: mais clientes, mais faturamento e, consequentemente, mais lucro.
Além disso, estruturamos um fluxo de caixa saudável e definimos um pró-labore fixo para Mariana. Assim, ela passou a ter previsibilidade financeira, conseguindo quitar suas dívidas pessoais sem comprometer o caixa da empresa.
Poucos meses depois, Mariana enxergava sua empresa de outra forma. O que antes parecia um negócio sem viabilidade financeira, agora era uma empresa lucrativa e bem gerida. O desejo de vender deu lugar ao orgulho e à satisfação de ver sua empresa crescer de forma sustentável.
Esse case reforça a importância da organização financeira e da separação clara entre pessoa física e jurídica. Muitas vezes, o problema não está na falta de lucro, mas sim na forma como os números são gerenciados. Mariana aprendeu essa lição e transformou seu negócio.
E você, já analisou seus números hoje?
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